Modelo A
15- Assinale a alternativa que completa
corretamente as lacunas abaixo.
“Quem nunca chorou, às escondidas ou
na frente de todo mundo, lágrimas amargas porque uma história maravilhosa
chegou ao fim e é preciso dizer adeus às personagens na companhia _____ se
viveram tantas aventuras, que foram amadas e admiradas, _____ se temeu ou
ansiou, e _____ companhia a vida parece vazia e sem sentido...” (Michael Ende)
[A]
as quais – das quais – cuja
[B]
com que – as quais – sem que
[C]
em que – com que – cuja
[D]
das quais – pelas quais – sem cuja
[E]
com as quais – por quem – de cuja
Resposta: D
O
substantivo companhia rege a
preposição de – Estar na
companhia de alguém. – Essa preposição contraiu-se com o pronome
relativo as quais, que se
refere ao substantivo personagens: de + as quais = das quais.
O
mesmo processo ocorre com o adjetivo admiradas
– Ser admirada por alguém. – Há a contração da preposição por com o mesmo pronome relativo
citado acima: por + as quais = pelas
quais.
O
pronome relativo cuja
concorda em gênero e número com o substantivo companhia. A preposição sem
indica, portanto, ausência que, no caso do autor do livro História sem fim, Michael Ende, expressa
o adeus da convivência entre leitor e personagens.
16- Assinale a alternativa em que há um
exemplo de anacoluto.
[A]
“Os reis orientais que vieram adorar o menino Jesus, é tradição que um deles
era preto.”
[B]
“Os valorosos levam as feridas; os venturosos, os prêmios.”
[C]
“A estrada do mar, larga e oscilante, essa, sim, o tenta.”
[D]
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não sei.”
[E]
“O mar foi ficando escuro, escuro, até a que
última lâmpada se apagou.”
Resposta: A
Anacoluto, de acordo com o gramático Roberto
Melo Mesquita em Gramática da Língua
Portuguesa, “é uma figura de construção que consiste na quebra da estrutura
normal da oração, a fim de introduzir uma palavra ou expressão sem ligação
sintática com as demais.”
Perceba
que, na alternativa [A] houve umas interrupção: não se falou mais sobre “Os
reis orientais”, outra informação foi colocada na segunda oração: “é
tradição...”
Em
[B], ocultou-se o verbo levar
na segunda oração: “os venturosos, os prêmios.” Aqui há Zeugma, figura de sintaxe que oculta palavras que foram escritas em
oração anterior.
Em
[C], há a omissão do verbo é:
“A estrada do mar é larga e
oscilante”. A figura de construção é
a Elipse que omite uma palavra, sem
prejudicar o sentido da frase.
Em
[D], há o Hipérbato, uma inversão na
ordem das palavras da oração que, na ordem direta, ficaria assim: “Não sei por
que esses entes de sonho brigavam em meu interior.”
Em
[E], pode ser que haja Elipse: “até
que a última lâmpada do navio
ou do barco ou de uma casa do litoral se
apagou.”
17- Assinale a alternativa que apresenta a
correta correspondência entre os prefixos latinos e gregos, existentes na
formação das palavras abaixo.
[A]
abjurar / adjacente
[B]
disenteria / díptero
[C]
contravenção / antibiótico
[D]
antepor / anticristo
[E]
indelével / diáfano
Resposta: C
Em
[A], ab- e ad- são prefixos latinos;
portanto, não há a correspondência pedida no enunciado da questão.
Em
[B], dis- e di- são prefixos gregos; não há,
pois, a correspondência pedida no enunciado da questão.
Em
[C], contra-, prefixo latino que possui o sentido de oposição;
anti-, prefixo grego que
possui o sentido de oposição, contra.
Em
[D], ante-, prefixo latino
que possui o sentido de anterioridade, antecedência; anti-, prefixo grego que possui
o sentido de oposição, contra. Não há correspondência entre os prefixos.
Em
[E], in-, prefixo latino que
possui o sentido de negação; dia-,
prefixo grego, que possui o sentido de movimento através de. Não há
correspondência entre os prefixos.
Leia
o trecho abaixo e responda à questão 18.
“Sempre abafando os passos, dirigi-me
novamente ao fundo do quintal, com medo daquela gente que nem me havia mandado buscar à escola para
assistir à morte de meu pai.”
18- As orações grifadas acima são,
respectivamente:
[A]
oração subordinada adverbial, temporal, oração subordinada substantiva objetiva
direta, oração subordinada adverbial consecutiva.
[B]
oração subordinada adverbial temporal, oração subordinada adjetiva explicativa,
oração subordinada adverbial causal.
[C]
oração subordinada adverbial modal, oração subordinada adjetiva restritiva,
oração subordinada adverbial final.
[D]
oração subordinada adverbial modal, oração subordinada substantiva subjetiva,
oração subordinada adjetiva explicativa.
[E]
oração subordinada adverbial causal, oração subordinada adjetiva explicativa,
oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Resposta: C
Na
NGB (Nomenclatura Gramatical
Brasileira), não consta a oração subordinada adverbial modal. Entretanto, até
pouco tempo atrás, além dos nove tipos habituais, havia mais três, dentre elas
a Modal.
A
oração subordinada adverbial modal mostra o modo realizado pelo fato contido na
oração principal: “...dirigi-me novamente ao fundo do quintal, com medo daquela
gente...”. O modo foi “Abafando os passos...”
O
pronome relativo que introduz
a oração subordinada adjetiva restritiva. Note que não há vírgula antes desse
pronome.
A
oração “... para assistir à morte de meu pai” é subordinada adverbial final,
reduzida de infinitivo. Desenvolvendo-a: “... para que assistisse à morte de meu
pai”.
19- Assinale a alternativa que apresenta
um objeto direto preposicionado.
[A]
Naquele tempo já não lhe restava alternativa.
[B]
Tirou da bolsa um chocolate e cortou-o em dois.
[C]
Pouco nos importa que ele vá embora.
[D]
A escuridão da noite a apavorava.
[E]
Irritou ao guarda o motorista.
Resposta: E
O
objeto direto é preposicionado para, entre outras, evitar-se a ambiguidade, o
duplo sentido; portanto, coloca-se uma preposição junto ao objeto direto, que é
complemento verbal.
Em
[A], a única preposição que aparece é na contração “Naquele”: em + aquele. “Naquele tempo” é
um adjunto adverbial de tempo.
Em
[B], são duas preposições: da e em. DA BOLSA é um adjunto adverbial de lugar; EM DOIS é adjunto adverbial de
modo.
Em
[C], não há preposição.
Em
[D], a locução adjetiva DA NOITE
está ligada a um substantivo.
Em
[E], o verbo é transitivo direto. A preposição foi colocada junto ao objeto
para evitar o duplo sentido: Quem irritou quem?
O guarda ou o motorista? Colocando a oração na ordem direta, temos: “O
motorista irritou ao guarda”.
20- Assinale a alternativa em que o
pronome lhe apresenta a mesma
ideia que no período a seguir: “Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as
graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz (...)”
[A]
Tudo lhe era indiferente.
[B]
Ao amigo não lhe nego ajuda.
[C]
A jovem namorada arrancou-lhe o coração.
[D]
Aconteceu-lhe um infortúnio.
[E]
Roberto não lhe contou a alegria por que passou.
Resposta: C
O
pronome oblíquo lhe pode
apresentar, algumas orações, a mesma ideia do pronome possessivo. Troque o lhe por seu ou sua
e coloque junto ao substantivo mais próximo. Veja:
Em
[A], não há substantivo.
Em
[B], o “lhe” é objeto indireto pleonástico. Não contém a mesma ideia do pronome
possessivo: “Ao amigo não nego minha ajuda”. Minha é pronome possessivo de 1ª pessoa; lhe é de 3ª pessoa.
Em
[C], “A jovem namorada arrancou o seu coração”. Troca perfeita!
Em
[D], “Aconteceu um “seu” infortúnio”. Sem sentido!
Em
[E], “Roberto não contou a “sua” alegria por que passou.” Frase estranha, sem
sentido! Na oração original, o verbo contar
é transitivo direto e indireto. Se substituirmos o “lhe” por “sua”,
eliminaremos o objeto indireto, por nossa própria conta. O enunciado da questão
não pede isso.
Leia
as frases abaixo e responda à questão 21,
fazendo a correspondência com as justificativas, que seguem, em relação à
concordância do verbo no singular.
1- Uma ânsia, uma aflição, uma angústia
repentina começou-me a incomodar-me a alma.
2- Veio-me à lembrança a casa e o fusca
de meu avô.
3- O garbo e elegância com que se
apresentaram deixou-nos boquiabertos.
4- O comerciante e dono da loja
trabalha até tarde.
( ) Os núcleos do sujeito são sinônimos.
( ) Os núcleos do sujeito formam uma sequência
gradativa.
( ) Os núcleos do sujeito referem-se ao mesmo
ser.
( ) Concordância com o núcleo do sujeito mais
próximo.
21- A sequência correta é:
[A]
4 – 1 – 2 – 3
[B]
2 – 4 – 3 – 1
[C]
1 – 4 – 2 – 3
[D]
3 – 1 – 4 – 2
[E]
4 – 3 – 2 – 1
Resposta: D
Análise da concordância verbal
das frases da questão.
Em
-1-, quando o sujeito composto
expressar gradação de ideias, o verbo concordará, indiferentemente, no singular
ou no plural;
Em
-2-, o verbo está anteposto ao
sujeito composto; a concordância é feita com o núcleo mais próximo;
Em
-3-, quando os núcleos do sujeito
designarem seres semelhantes com palavras sinônimas ou quase sinônimas, o verbo
concordará com o núcleo mais próximo. Note que esse período composto tem como
oração principal: “O garbo e elegância deixou-nos boquiabertos”. “Garbo” e
“elegância” são palavras sinônimas; logo, o verbo “deixar” está concordando com
“elegância”, que é o núcleo mais próximo desse sujeito composto.
Em
-4-, trata-se de mesma pessoa: “O
comerciante e dono da loja”. Verbo, no singular.
22- Nos provérbios abaixo, assinale aquele
em que se observa a concordância prescrita pela gramática.
[A]
“Não se apanham moscas com vinagre.”
[B]
“Casamento e mortalha no céu se talha.”
[C]
“Quem cabras não têm e cabritos vende, de algum lugar lhes vem.”
[D]
“Diga-me com quem andas e dir-te-ei quem tu és.”
[E]
“Em terra de urubus diplomados, não se ouve cantos de sabiás.”
Resposta: A
Em
[A], há voz passiva sintética: o
verbo concorda com o sujeito paciente “moscas”.
Transpondo-a para a voz passiva analítica, temos: “Moscas não são apanhadas com
vinagre”.
Em
[B], o verbo talhar deveria
concordar com o sujeito composto “Casamento e mortalha”.
Em
[C], o primeiro verbo – têm – indica
uma 3ª pessoa do plural como sujeito, que deveria ser seguido pelo segundo
verbo – vendem – e pelo terceiro: vêm.
Em
[D], há o erro comum e gravíssimo de oralidade. O provérbio inicia-se com o
verbo na 3ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. A partir daí, o que se
espera são pronomes da terceira pessoa do singular: “dir-lhe-ei” e “você é”.
Em
[E], há a voz passiva sintética, mas o verbo – ouve – não concorda com o núcleo do sujeito paciente cantos, que está no plural.
23- Assinale a alternativa que completa
corretamente as lacunas da frase abaixo.
Não
se contabilizou a quantia _____ , mas, como os gatos foram _____, solicitamos
que os preços sejam _____.
[A]
dispendida – escessivos – discriminados
[B]
despendida – essessivos – discriminados
[C]
dispendida – excessivos – descriminados
[D]
despendidas – excessivos – discriminados
[E]
despendidas – ecessivos – descriminados
Resposta: D
Comentários:
Não
existe o verbo dispender;
Despender significa gastar, consumir,
fazer despesas de;
Descriminar e discriminar são parônimos - palavras ou expressões que
apresentam semelhança de grafia e de pronúncia, mas que diferem no sentido – e significam, respectivamente: inocentar / distinguir;
Excesso: escrevem-se com “cess”
as palavras derivadas de verbos terminados em “ceder”: exceder – excesso;
Exceção: escrevem-se com –ção as palavras terminadas em –to:
exceto – exceção.
24- Assinale a alternativa em que a oração
sublinhada é uma subordinada adverbial causal.
[A]
“Se o via derrubado, rosto no
pó, nem por isso o respeitava menos.”
[B]
“Se não fosse a perícia do guia,
talvez teríamos perecido todos.”
[C]
“Se tudo estava em ordem, eu
não o sei.”
[D]
“Se os homens são por natureza
imperfeitos, as sociedades humanas não podem ser perfeitas.”
[E]
“Se Deus não guarda a cidade,
em vão a sentinela vigia.”
Resposta: D
Em
[A], a conjunção subordinativa adverbial “Se”
estabelece uma relação de concessão entre as orações: “Embora o visse derrubado...”
Em
[B], a oração sublinhada é subordinada adverbial condicional.
Em
[C], a conjunção “Se” é
integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Em
[D], a conjunção “Se” estabelece a relação
semântica de causa: “Como os
homens são por natureza imperfeitos...” ou “As sociedades humanas não podem ser
perfeitas, porque os homens
são por natureza imperfeitos.”
Em
[E], assim como em [B], a conjunção “Se”
estabelece uma relação semântica de condição.
Leia
o trecho abaixo e responda à questão 25.
“Foi
notada no gesto dele qualquer coisa de estranho.”
25- Usando a voz passiva sintética no
lugar da analítica, e substituindo a expressão possessiva pelo pronome oblíquo,
a frase acima fica assim construída:
[A]
Notou-se no seu gesto qualquer coisa de estranho.
[B]
Notou-se-lhe no gesto qualquer coisa de estranho.
[C]
Notou-lhe no gesto qualquer coisa de estranho.
[D]
Notou-se-lhes no seu gesto qualquer coisa de estranho.
[E]
Notou-se-lhe no gesto dele qualquer coisa de estranho.
Resposta: B
Em
[A], substituiu-se a expressão possessiva “dele
(de + ele)” pelo pronome possessivo “seu”.
O enunciado da questão pede “pelo pronome oblíquo”.
Em
[B], há o pronome apassivador “se” e também o pronome oblíquo de 3ª
pessoa do singular “lhe”,
substituindo a expressão possessiva.
Em
[C], tirou-se o pronome apassivador “se,
descaracterizando a voz passiva sintética, solicitada no enunciado da questão.
Em
[D], o pronome oblíquo adicionado é de 3ª pessoa do plural, e o pronome
possessivo “seu” retornou à oração.
Em
[E], a expressão possessiva “dele”
foi mantida.
Leia
as frases abaixo e responda à questão 26.
1.
Escrevia tanto que os dedos
adormeciam.
2.
Não precisa correr que não estamos
atrasados.
3.
Como não me atendessem,
repreendi-os severamente.
26- Os termos destacados dão ideia de:
[A]
concessão – causa – conformidade.
[B]
consequência – causa – causa.
[C]
proporção – explicação – concessão.
[D]
tempo – causa – consequência.
[E]
consequência – explicação – causa.
Resposta: E
Comentários:
Em
1., há na oração principal o
vocábulo tanto, intensificador da
conjunção subordinativa adverbial consecutiva “que”;
Em
2., ocorre a relação semântica de
explicação, estabelecida pela conjunção coordenativa “que”;
Em
3., alterando a ordem das orações no
período: “Repreendi-os severamente, porque
não me atenderam”, a conjunção estabelece relação semântica de causa.
Leia
o fragmento que segue e responda à questão 27.
“Domina,
se vive;
Se
morre, descansa
Dos
seus na lembrança,
Na
voz do porvir.
Não
cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não
fujas da morte,
Que
a morte há-de vir!”
27- A alternativa que apresenta o verbo
conjugado no mesmo modo, tempo, pessoa e número que os destacados no sexto
verso da estrofe acima é:
[A]
“Hás de ficar sem tua régia crista!”
[B]
“Hei de ensopar meu triunfante bico.”
[C]
“Vem beber excelente estilo.”
[D]
“Vinde, ó filhas do oco do pau.”
[E]
“Ide já procurar-me a bandurra.”
Resposta: C
“Sê” é a forma do verbo ser
na 2ª pessoa do singular do
imperativo afirmativo.
Em
[A], o verbo “Hás” está conjugado na
2ª pessoa do singular do presente do indicativo.
Em
[B], o verbo “Hei” está conjugado na
1ª pessoa do singular do presente do
indicativo.
Em
[C], o verbo “Vem” está conjugado na 2ª
pessoa do singular do imperativo afirmativo. Essa conjugação é
obtida através da 2ª pessoa do singular do presente do indicativo, sem o “s” final: Eu venho, TU VENS – Vem (tu).
Em
[D] e em [E], os verbos estão conjugados na 2ª pessoa do plural do imperativo afirmativo.
Leia
o trecho abaixo e responda à questão 28.
“E
o globo da Lua, em dado momento, parece roxo,
sanguíneo, como um vaso de
sangue.”
28- Assinale a alternativa em que a
análise sintática dos termos sublinhados está correta.
[A]
Sujeito composto.
[B]
Predicativo do sujeito.
[C]
Predicativo do objeto.
[D]
Complemento nominal.
[E]
Objeto direto.
Resposta: B
Comentário:
O
verbo “parece” é de ligação; portanto,
em “roxo, sanguíneo” tem-se predicativo do
sujeito “o globo da Lua”.